sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

VIAJAR SOZINHO - vamos dissipar este fantasma ???




VIAJAR SOZINHO – vamos dissipar este fantasma ????


Viajar sozinho é uma forma de se auto conhecer, vencer desafios, trabalhar seus medos, adquirir confiança, independência, sentir-se suficiente, livre e solto.

A sensação de liberdade quando estou viajando é algo que curto a décadas. Desde criança, quando eu via os locais onde os famosos viviam ou viajavam para lá, eu ficava imaginando isto como uma coisa inalcançável.

Comecei a trabalhar muito cedo, e um dos meus focos era conseguir viajar pelo Brasil, já que na época ir para o exterior era coisa para pouquíssimos. Fiquei livre para “voar mundo afora” somente aos 18 anos, para se ter uma idéia, fiz 18 anos em Março e no inicio de Abril, já estava visitando Foz do Iguaçu, com direito a cruzar as duas fronteiras (Argentina e Paraguai), na época este roteiro era o sonho de consumo.

É claro que ao iniciar esta viagem eu não tinha idéia de nada, somente fui..... O coração saindo pela boca com medo de que nada desse certo, mas com a vontade e disposição de fazer com que tudo corresse de forma que eu voltasse para casa são e salvo.

Esta viagem foi feita com a companhia de meu primo Valdemar (Liu) e foi a primeira de muitas outras que fizemos juntos. Eu era mais novo que ele, porém, sempre fui destemido com relação a conhecer novos locais, aventurar-me. Na verdade eu planejava os roteiros, mostrava a ele e, se estávamos com grana e tempo, seguíamos em frente.

Chegou um determinado momento em nossas vidas, que devido a trabalho e estudos, não foi possível seguirmos com as viagens em dupla, então acabei ficando meio perdido e pensei “Como vou fazer para prosseguir com meus planos de viagem? Eu tenho que arrumar um jeito. Viajar SOZINHO ????”.

Foi isto mesmo que fiz.

Novamente a exemplo da primeira viagem realizada aos 18 anos, peguei a estrada e segui para Maceió/AL, sem saber muito bem como ia me virar sozinho. E assim começou o meu aprendizado quanto a viagens “alone”. E sabe que gostei da idéia !?!?!.........

No início foi difícil, pois muitas vezes me sentia perdido, sem ter o que fazer, na verdade até tinha, mas como fazê-lo???.

Com o passar do tempo, ouvindo e lendo dicas, fui adquirindo uma forma de viajar muito agradável e proveitosa e hoje posso dizer que viajar em companhia de alguém é bom, mas viajar sozinho muitas das vezes é ÓTIMO!

Você deve estar pensando, que lenga/lenga é este, vamos logo ao que interessa. Senti necessidade de relatar estes pormenores de minha vida de turista, para mostrar que muitas vezes para alcançar nossos objetivos, temos que agir como camaleões, ou seja, nos camuflarmos às situações.

Quando alguém me pergunta como eu consigo viajar sozinho, respondo o seguinte: “Estar sozinho é uma questão de estado de espírito, ou seja, você pode estar rodeado de pessoas conhecidas e se sentir sozinho, e também estar rodeado de estranhos porém não ter a sensação de estar sozinho, já que esta bem consigo”. Sendo assim, apenas sigo meu caminho.

Já viajei com amigos, parentes, em excursão, em pacotes e sozinho. Posso dizer que não existe a forma ideal para se viajar, pois cada tipo de viagem tem seus pontos positivos e negativos, às vezes mais negativos....rs.rs.rs.....

Assim quando vou fazer uma viagem sempre avalio qual será a melhor forma, seja na questão comodidade, preços, tempo disponível, etc. Muitas vezes optar por um pacote é o melhor caminho, outras vezes fazer tudo por conta e assim por diante. Não é como uma receita de bolo que você diz: “Faça assim!!”

Viajar sozinho é uma forma de conhecer gente nova, pois você acaba ficando disponível a bate-papos e conhecer outras pessoas. Quando viajamos com alguém, ficamos comentando e falando o tempo todo com nossa companhia, o que na maioria das vezes “bloqueia” a interação com outras pessoas.

Tem gente que viaja sozinho e não quer interagir com ninguém, isto logo se nota e respeitamos a opção de cada um, mas se você quer interagir com alguém ou um grupo, assim que chegar em um local:

• Faça um city tour; e
• Em cidades litorâneas faça um passeio de barco.

Não que seja garantido conhecer gente legal nestes tipos de passeios, mas é uma oportunidade de fazer contatos com pessoas que também estejam viajando sozinhas. São oportunidades para obter muitas informações extras a respeito do local que esteja visitando.

Pelo fato de estar confinado em um espaço pequeno e obrigatório, é quase impossível não bater papo, ou mesmo, fazer algum comentário com os colegas de passeio.

Por este meio, durante minhas viagens já conheci muita gente, e com algumas mantenho contato, outras foram amizades pontuais e valeram pelas lições de vida que ouvi/vivi, também conheci muita gente maluca, esquisita, gente insuportável que de certo modo contribuíram para meu crescimento pessoal, já que decidi que não queria ser como eles... Deus me defenda!

Mas o importante é por o pé na estrada e conhecer novos locais, pessoas, gastronomias, costumes, ares, climas, etc.

Esteja com a mente e coração abertos às novidades, inclusive às conversas. É claro que não com a primeira alma que aparecer na sua frente, mas a gente logo saca se dá para manter dialogo com determinada pessoa, ai é deixar a coisa fluir.

Desfazer-se de preconceitos e não ser tão critico, afinal pode ser uma amizade que dure apenas 1 hora ou menos...rs.rs.rs...

Evite roteiros/passeios românticos, tem coisa mais chata que estar rolando aquele clima de apaixonados e você só a fim de conhecer o local? Além do mais, você fica com a sensação de que as pessoas olham para você e pensam “coitadinho, tão só.....”...rs.rs.rs... No meu caso, eu bem contente sigo curtindo minha viagem. Opa! No caso de uma viagem a Veneza, isto não se aplica, apesar do passeio de gôndola soar muito romântico recomendo fazê-lo. Mas fique tranqüilo, você pode fazer o passeio com outras pessoas que estão a fim de compartilhar (fica bem mais barato) e os gondoleiros promovem o “encontro”...rs.rs.rs...

Restaurantes – não deixe de frequenta-los pelo fato de estar sozinho, quando quiser conhecer determinado lugar ou experimentar algum prato, simplesmente vá, e na entrada quando perguntarem “para quantas pessoas?”, com a cabeça bem erguida diga: “Para uma pessoa!”.


No inicio você pode até ficar constrangido, pois é uma cena que realmente chama atenção, a de uma pessoa sentada sozinha em uma mesa de restaurante, e quanto mais chique o local, parece que a sensação é pior, mas fique tranqüilo e foque no seu objetivo que é conhecer ou experimentar o que te interessa. Hoje eu até gosto de “chocar” os outros, freqüentando restaurantes/bares de meu interesse sozinho e de cabeça erguida.

Se vier aquele pensamento “É muita comida....”, coloque ele de lado, pois é melhor perder metade de um prato do que ficar sem prová-lo, lembre-se você esta viajando e conhecendo novos sabores, pode ser que a oportunidade seja única.

Diário – quando você esta viajando sozinho, uma coisa que recomendo é fazer um diário. Além de registrar tudo o que acontece, ou pelo menos as principais partes da viagem, serve para você desabafar. Por exemplo: quando você ver algo e quiser contar para alguém, registre no diário. Parece exagero, mas o fato de escrever contando o que viu/ouviu ou sentiu é muito reconfortante, você fica aliviado por ter “botado pra fora”.


Então conte para ele tudo o que você quiser, isto é uma forma de você registrar para a posteridade e passado algum tempo, você verá como é gostoso, reler as anotações feitas nos diários de viagens e recordar os momentos vividos.

Você pode fazer os registros em cadernos, agendas, digitados eletronicamente em celular, computador, tablet, etc. Para alegrar um pouco, eu quando faço, costumo colar cartões de hotéis, restaurantes, ingressos, folhetos, guardanapos personalizados, etc., fica bem legal.

Mantenha contatos com amigos/familiares, utilize os recursos oferecidos atualmente: celulares, tablets, computadores, WhatsApp, Viber, Instagram, redes sociais, etc. Vale mensagens, telefonemas, post, divulgações, enfim procure não ficar totalmente “isolado”. Quando você mantém contato a sensação de “estar sozinho” quase some.


Tem pessoas que não gostam, outras adoram, mas postar uma ou outra foto nas redes sociais é de certa forma, ir dando um alô de como anda sua viagem, além de manter os amigos/familiares informados você mantém conexão com o seu grupo. Dependendo das postagens, quando você retorna nem precisa ficar contando a viagem um milhão de vezes, para cada amigo/familiar, pois você já relatou o que ocorreu e o que você viu. O que acontece é eles virem comentar com você o que viram e gostaram ou não, minhas experiências neste sentido tem sido boas.

É claro que tudo tem limitação, então se você é do tipo que tem 500 amigos no Facebook, recomendo criar um grupo somente daqueles que você realmente quer que saibam de sua viagem, então faça as postagem direcionadas somente para eles.

Sobre bagagem – na viagem procure levar somente o básico, afinal você esta viajando e não fazendo um desfile de moda. Isto ajuda muito na hora de fazer traslados, circular em aeroportos/rodoviárias, etc.


Fotos – Eu acabei treinando bastante e hoje eu mesmo tiro minhas fotos. Basta esticar o braço e sair clicando. No inicio você tem certa dificuldade, depois vai pegando prática, então é só posar, esticar o braço e click.

Quer fotos de corpo inteiro? Não tenha dúvidas, peça para alguém tirar. Hoje em dia as pessoas, em todo o mundo, são muito solidárias na questão foto sozinha ou do casal. Eu tenho algumas táticas, em geral se há orientais por perto, peço a eles para me fotografar, pois oriental adora fotografia e as faz muito bem, então o resultado garantido. Também peço a casais, pessoa que está em família, pessoas que você nota que viajam sozinhas e se estiver com máquina na mão melhor ainda. Nesta hora, deixe a timidez de lado, porque depois você sempre se arrepende de não ter pedido que tirassem uma foto sua em determinado local, afinal, será se voltará algum dia ali? Então qualquer sacrifício vale a pena. Na dúvida tire a foto, depois se não gostar ou se arrepender, simplesmente delete. Fica mais barato....rs.rs.rs...

Pesquise bastante antes de embarcar: internet, guias, revistas, etc. É melhor obter o maior o número de informações, porque você sente-se mais seguro. Dependendo do lugar que vá conhecer, se houver, adquira um guia especifico, eles ajudam muito na hora de fazer os passeios. Eu gosto muito dos guias da Folha, eles oferecem praticamente todas as informações que você precisa. Já fiz muitas viagens utilizando as informações destes guias.


Hospedagem – procure hospedar-se em locais de maior movimento e centralizados, é a chave do sucesso. Já fiquei hospedado fora de área central e foi horrível, pois o deslocamento fica caro, em geral são locais com pouco ou nenhum movimento a noite, o que gera insegurança, por mais civilizado e seguro que seja o país, além de dispender muito tempo entre deslocamentos. Lembrando que nosso tempo em determinados locais é contado em euro, dólar, libra, etc. Eu procuro descobrir os melhores locais para hospedagem pesquisando na internet.

Passaporte/Identidade/Cartões de crédito – é uma dica comum, mas quando se viaja sozinho eu penso que devemos ter cuidado redobrado, principalmente no exterior, pois se houver algum problema temos que nos virar sozinhos. Então eu deixo o passaporte e cartões de crédito no cofre do hotel e ando com uma cópia do passaporte (dados pessoais e do visto) e quando levo cartão de crédito, sempre saio com um e deixo o outro no cofre.

Dinheiro – apesar de toda a modernidade existente, em toda as viagens sempre carrego comigo um pouco de dinheiro (dólar/euro/etc). Já tive problemas com cartões de débito/crédito em vários países, inclusive na América do Sul, e se não fosse o dinheirinho que carrego como reserva, nem sei o que teria acontecido. No caso de opção em sacar dinheiro no local, em outros países, procure se informar com seu banco quanto a necessidade de autorização extra, além da que você faz para utilização do cartão de crédito em compras no exterior. Alguns bancos exigem uma autorização especial para liberar saques em alguns países. Eu não consegui sacar dinheiro no Peru, pois havia necessidade desta segunda autorização e mesmo entrando em contato com a central do banco, não havia como liberar a autorização já que a mesma precisava ser feita pessoalmente nas agências da instituição.

Câmbio – Por questão de segurança, sempre que chego a algum país e não estou levando moeda local, faço câmbio de pequena proporção no próprio aeroporto e se possível ainda dentro da área de desembarque, ou seja, sem sair para o saguão principal. Isto para evitar ficar com malas, carrinho, etc. para lá e para cá, no saguão do aeroporto, procurando um local para fazer o câmbio, ficando, de certo modo, exposto a eventuais problemas de roubo ou perda de bagagem. Depois de instalado, se necessário, vou fazendo câmbios no próprio hotel ou em casas de câmbio oficiais.


Translado aeroporto/hotel – Na chegada, sempre que possível pesquise quanto a melhor e mais adequada forma de traslado entre aeroporto/terminal rodoviário/ferroviário e hotel. Em geral os aeroportos possuem serviço de vans/ônibus exclusivos para traslados aos hotéis ou frota de táxi autorizados. Eu nunca utilizo táxis comuns, pois como já disse o momento de chegada é meio tumultuado, pelo menos para mim, então priorizo a questão segurança.


Na Europa em geral os aeroportos são interligados a estações de trem/metrô.

Agora o translado de saída (hotel/aeroporto) procuro informações na recepção de hotéis/guias/etc.

Em linhas gerais, acho que o que tinha para falar era isto, caso lembre de mais alguma coisa, vou fazendo post pontuais.

Espero que você tenha gostado da leitura e que a mesma tenha despertado em você uma grande vontade de realizar esta experiência. Na minha opinião é melhor fazer hoje a viagem que você tanto quer, do que ficar aguardando a oportunidade de que apareça alguém para compartilhar a viagem de seus sonhos, isto é, se ela aparecer...rsrsrs.

Um abraço e aproveito para lhe desejar Boas Festas !!

Benevide


2 comentários:

  1. Benê, como compartilhei com você, a melhor viagem da minha vida eu fiz sozinha, indo para Buenos Aires, lugar que não conhecia...
    Fui sozinha por escolha, num contexto em que precisava me conhecer melhor e estar mais comigo mesma!
    Claro que dá medo, insegurança. Mas a experiência foi maravilhosa!!
    A sensação de liberdade é indescritível e desenvolvi habilidades que até então desconhecia ter: senso de orientação, longas caminhadas, habilidade em me comunicar em outro idioma (espanhol, que estudo em nivel iniciante) e fazer novas amizades!
    Enfim, acho que esse post foi muito bem descrito e espero que desperte nas pessoas que o lerem o desejo de, pelo menos uma vez na vida, fazerem um viagem sozinhas, por opção!
    Abraços e sucesso com o blog!

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  2. Eu já viajava sozinha pelas praias do litoral de São Paulo aos vinte e poucos anos. A minha primeira viagem de avião, eu fiz sozinha. A primeira viagem ao exterior também. Por opção e prazer de seguir os meus próprios desejos. Viajar sozinho nos deixa mais abertos a conhecer pessoas e lugares. Concordo com a Juliana Prado, algum tempo sem falar português, faz com que a habilidade de se comunicar em outro idioma melhore muito.

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